Hoje pela manhã enquanto tomava o café com minha esposa, falávamos sobre colegas de trabalho, suas atitudes, comportamentos, etc. Sara me disse algo que despertou minha atenção. Uma colega perguntou a ela se tinha algum material que falasse a respeito de chamado. Pareceu-me pelo que entendi que a colega ainda que não da fé evangélica fala com propriedade ou convicção sobre um “chamado” ela tem para a área de evangelização.
Digo despertou a atenção porque hoje temos visto muita gente em busca de uma porta para a solução dos seus problemas, encontram a porta, encontram a solução, mas não se apercebe do caminho que tem a seguir, isto é, do chamado que tem para as suas vidas. É lógico que nos alegramos com que acham a porta da salvação, mas a salvação não é um pacote “meia pensão”, é um pacote inteiro. E o que mais vemos é os que se alegram tão somente por serem membros de uma igreja, interessados crônicos dos sermões dominicais, vem à casa de Deus e voltam para as suas sem descobrir ou se afinar com o chamado pessoal que Deus tem para cada uma delas.
Será que Deus tem um chamado para cada pessoa que se converte? Sim.Logicamente que sim. No mínimo o chamado para fazer diferença no mundo que vivemos, pois seu sonho é fazer de cada um de nós um utensílio de expansão do seu Reino. E este utensílio não é uma peça qualquer, mas um vaso de honra onde se faça notória a diferença neste presente século mal.
Não se atentar para o chamado é como se pudéssemos dizer, cheguei a igreja, me converti, estou seguindo, estou sentado, estou salvo. Isto é muito pouco. Isto é contentar se com pouco. Deus tem muito alem do caminho, da acomodação e da salvação.
Lendo e relendo Atos dos apóstolos deparei com um rico texto no capitulo 19, dos versículos 11 a 16 que diz assim:”
E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam. E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega. E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois? E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno, e assenhoreando-se de todos, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.
O lindo do texto é ver que Paulo entendendo o seu chamado agora fazia toda a diferença. Veja os vs.11 diz que Deus pelas mãos de Paulo fazia extraordinários milagres. A diferença que Paulo fazia era tão forte que ele era conhecido e reconhecido até pelo demônio. E isto não visava uma promoção pessoal, antes para que o nome de Jesus Cristo fosse cada vez mais engrandecido.
Algo que o inimigo não gosta, detesta e odeia é encontrar um homem cheio da Palavra de Deus, porque um homem cheio da Palavra de Deus é sinal de fracasso dos intentos malignos do diabo. Um crente cheio da palavra de Deus detêm as setas malignas do diabo. Lembro me do pastor que me batizou, ele sempre dizia “se você quer ter vitoria no seu ministério, você tem que ter a palavra dentro de você”. Eu era jovem quando ouvia ele falar isto, 23 anos, ele gostava de ilustrar” João fala que você vive a melhor época da sua vida, porque você é forte, e você vence o maligno porque a palavra de Deus está em você.” Ele gostava de citar isto parafraseando I João 2.14b.
Então, não podemos nos contentar só com o confortável assento da igreja no domingo.Temos que sonhar, desejar e buscar mais de Deus e fazer a diferença. Mas, para isto, é preciso estar cheio da Palavra. Gosto de uma citação que o pastor Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista de Itacuruçá – RJ faz de um hino que os juniores da sua época cantavam: “o bom cristão, tem a bíblia na mão, tem a bíblia na mente e no coração”. Que expressão maravilhosa, afinal se estamos cheios da Palavra não vamos ceder as artimanhas diabólicas praticadas no dia a dia.
Se queremos fazer diferença nesta geração precisamos devorar a Bíblia. Nossa experiência com Deus tem que ser em profundidade e para isto o melhor caminho é a Palavra de Deus.
Quando estamos transbordando da Palavra até o inimigo já tem conhecimento de quem somos. Sem a palavra não fazemos diferença e vamos ser nivelados como os filhos de Ceva. Lembro-me que no começo de 2000, 2001 os pastores estavam com um costume estranho nos cultos avivados por causa da manifestação de uns negócios na igreja e logo já juntavam um atormentado ou atormentada pelo cabelo e gritavam: ” qual é o seu nome?”. Que loucura, confesso que só fiz isto uma vez na minha vida. Minha esposa estava ministrando para um grupo de mulheres e uma delas caiu lá (não gosto disto e não entendo que seja manifestação de poder) e começou a chutar tudo, do chão ela comandava o espetáculo.
As irmãs todas espavoridas se encolhiam nos bancos e minha esposa deu um sinal para que eu a socorresse, fui lá e carinhosamente baixei perto do ouvido da “irmã nervosa” e perguntei;”qual o seu nome ?” e a mulher gritou com todo o seu pulmão:”VILMAAAAAAA”. E eu disse, amem, pode levantar, está liberta, porque não tem nenhum demônio com nome de Vilma.
Agora, quem não está cheio da palavra vai mexer com um negócio deste, como os filhos de Ceva, e o demônio é que diz” qual é o teu nome, nem te conheço”. Não pode, você tem que fazer a diferença, e para fazer a diferença tem que estar cheio da palavra e não se contentar com o que tem recebido, com o que tem feito, tem que querer mais.
Fazer a diferença é ser sinal verde para que o Espírito Santo aja em nossas vidas a exemplo de com agia em Paulo. Fazer a diferença é ter a coragem de pagar o alto preço de nesta geração perversa andar no caminho da santidade, não só na igreja, mas em cada segmento da vida comum, como por exemplo: linguajar, vestimentas, atitudes, relacionamentos, conduta no trânsito, testemunho no meio secular. Não é difícil ser sal no saleiro, mas salgar o mundo com o testemunho é tarefa árdua.
Agora, a diferença não pode ser feita apenas lendo a cultura paulina, tomando conhecimento dos fatos deste grande apóstolo, não. Diferença se faz sim, é lógico que lendo sobre seus destemidos atos, e eles nos impelem a tê-lo como exemplo, mas não podemos aceitar só isto, temos que ter ações como Paulo, temos que fazer o que Paulo fez, ter ações como a dele, obedecendo a Deus e nada temendo fazer igual.
Não pastor, está de bom tamanho para mim. Eu já toco no ministério, canto, sou diácono, já está bom. Não senhor, nada de ser um assistente, porque assistente não faz nada, só assiste. É preciso querer, anelar, desejar ser um instrumento na mão de Deus, daí sim faremos a diferença.
Quem tem chamado faz a diferença. Quem quer mais de Deus tem que querer menos do mundo. Então busque mais, peça a Deus e Ele te dará.