Hoje já é quinta feira, 17 de fevereiro e domingo teremos a Ceia do Senhor na Missão Paz e Vida, em Mogi Guaçu, momento em que estaremos celebrando a ordenança que o Senhor Jesus deixou a sua igreja com respeito à sua morte. E toda vez que eu me aproximo da mesa do Senhor para tomar a ceia, algumas perguntas vem à minha mente, e até penso que os mesmos pensamentos ocorrem nas mentes dos que irão participar daquela hora tão solene.
A mesa posta com a Ceia fala da morte de Jesus, então ela tem significado especial para mim e para você que cremos no evangelho e nos efeitos redentivos da morte de Cristo na cruz do calvário. E particularmente me emociono quando penso nesta morte, porque Jesus não foi levado à cruz forçosamente, ou porque o diabo armou-lhe laço, não. Muito pelo contrário, foi Jesus que montou uma armadilha especial para satanás. Assim como apanhamos um rato numa ratoeira, a cruz foi para satanás, uma sataneira. A idéia maligna do diabo de que na cruz findaria a história de Jesus só ficou na idéia, porque ali só foi o começo, porque Ele foi para a cruz voluntariamente.
Embora esta morte tenha sido escrita com um derramar de sangue extraordinário, dotada de grande sofrimento, terrivelmente dolorosa, debaixo de humilhação, este foi o maior embate entre dois seres que já se escreveu na história, porque nunca, jamais um adversário foi derrotado de forma tão espetacular. Mas por que esta morte foi a derrota de Satanás? Porque o diabo detinha em suas mãos a grande dívida do homem quando desobedeceu e pecou e agora estava destituído da gloria de Deus. E quando Jesus morre na cruz, Ele paga a nossa dívida e viabiliza o perdão dos nossos pecados e traz salvação para todos os homens.
Sua morte não aconteceu porque esta escrito e assim tinha que ser, não. A morte de Jesus não visava somente cumprir os que os profetas declararam acerca dele, mas Jesus morreu, porque não havia mais sacrifício que pudesse oferecer remissão dos pecados. Hebeus 10:4 declara que “é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados”. Esta morte não aconteceu por acaso, não foi um assassinato qualquer. A morte de Jesus não foi o culminar do fatalismo, muito menos um fato que envergonharia a sua missão aqui na terra.
A morte de Jesus na cruz não é um fato misterioso e enigmático, além do que nem o diabo ou ser humano por maior autoridade que possuísse não tinha poder de lançar-lhe às mãos e tirar a sua vida. Isto está autenticado nas poderosas palavras do Mestre quando discorre acerca da parábola do bom pastor, e minucia-a em João 10:7-17, culminando com uma enfática declaração acerca da sua própria vida no versículo 18 “ninguém a tira de mim, mas eu a entrego de livre vontade. Pois tenho autoridade de entregar a minha vida quando quiser, e também tomá-la de novo, porque o Pai me deu esta ordem”.
É verdade que doze capítulos depois Ele enfrentaria a agonizante cena do Getsêmani, é verdade que ali Ele orava por três vezes e cada vez mais intensamente e ajoelhado clamava “Pai se queres, passa de mim este cálice; contudo, não faça a minha vontade, e sim a sua” (Lc 22.41-44). Mas Jesus tinha motivos nobres para enfrentar este sofrimento. Quantos profetas, quantos santos de Deus que sonharam com este dia, com o dia da redenção, com o dia em que não mais precisaria de milhares de sacrifícios de animais, porque agora viria o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, então Ele cede a vontade do Pai.
Sempre me pego imaginando Jesus olhando para os seus discípulos, para o sentimentalismo de João, para a impetuosidade de Pedro, olhando para a sua mãe Maria que cantou um dia “minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meus Salvador”, Jesus vê com seus ternos olhos que até a mãe tinha a esperança deste dia para a sua salvação pessoal, e então Ele cede a vontade do Pai. Quem sabe mesmo Jesus pudesse estar aquela hora com os seus olhos capazes de ver a eternidade futura e ter te visto também carente da salvação, e por isto Ele clama “seja feita a tua vontade”. O sofrimento de Jesus tinha sentido, lógica e direção. Ele queria nos alcançar. Foi preso e conduzido à cruz porque 700 anos antes, o profeta messiânico já gritava em voz alta “o Senhor fez cair sobre Ele a maldade de cada um de nós “ Is. 53.6
Eu me impressiono com o amor de Jesus. Amou de uma forma sem igual, ao ponto de aceitar que nós fossemos feitos justiça de Deus, tomando a culpa dos nossos pecados ( I Co 5.21). É por isto que Pedro falando em sua primeira epístola quando aborda o tema de uma vida exemplar cristã que cada um de nós temos que vivenciar como integrantes da noiva de Cristo, a Igreja, ele enfatiza o serviço do Messias praticado em nosso lugar “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados." I Pe 2:24.
Se você caminhar comigo nesta trajetória salpicada do sangue do Justo, verá descortinado o porque daquela morte. Sexta feira, as três horas da tarde, narra Mateus com propriedade, no verso 51 “naquele mesmo instante a cortina que separava o Lugar Santíssimo do Tempo foi rasgada de cima até embaixo; a terra estremeceu, e as rochas partiram”. Esse véu, esta cortina, era muito encorpada, de três cores e separava o santuário do lugar santíssimo, e isto fala de quanto impossível era um homem pecador aproximar se de Deus, mas a morte de Jesus foi o sacrifício que rasgou o caminho até Deus. (Hb 10.19-20).
A morte de Jesus na cruz foi uma decisão voluntária, uma grande prova de amor por mim e por você. Na noite que antecedeu sua morte, no momento em que foi preso, ali no Getsêmani, Jesus falou da sua voluntariedade, foi claro para o que veio. Ele faz ao incontido Pedro uma tremenda declaração "Você não percebe que eu poderia pedir ao meu Pai mais de doze legiões de anjos para nos protegerem, e ele os mandaria nos mesmo instante?” Que atitude, não usou de nenhum poder pessoal, não recorreu à ingerência divina para escapar da prisão e da morte. Ele patenteava com suas atitudes que a sua morte era totalmente de caráter voluntária.
Mas por que? Por amar. Amar a mim e a você, pecadores que carecíamos da sua graça para a salvação. Uma morte, a morte de um santo, de um inocente, para salvar um pecador.
Olhe para o que Ele passou no Getsêmani e no Calvário e entregue se a Jesus Cristo ainda hoje.
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