por João Cruzué
Em abril de 2009 publicamos uma tabela similar, com dados do IBGE dos censos de 1890 a 2000, acrecidos com dados de nossa projeção para 2010, estimando população evangélica, de 19%, sobre um universo de 192 milhões. Recentemente, o economista da FGV, Marcelo Côrtes Neri, publicou um estudo de 65 páginas - Novo Mapa das Religiões - utilizando dados publicados e microdados do IBGE, apontando para dois fatos: A queda da população Católica a partir de 2003 e o crescimento acentuado dos Evangélicos nos mesmos níveis da década de 90.
No texto da publicação de Marcelo Neri, consta que a Igreja Católica que tinha estancado a perda de fiéis por volta de 2003, voltou a perdê-los significativamente entre 2003/2009, passando de 73,79% para 68,43%. Em contrapartida os Evangélicos que representavam 15,42% da população brasileira, subiram para 20,23% - ou seja, 38,5 milhões de fiéis. A subida, a partir de 2003, é tão acentuada quanto à ocorrida nos anos 90s.
O ranking detalhado para o ano de 2009 está aqui
O Centro de Políticas Sociais/FGV utilizou-se de pesquisas de microdados inexploradas, a razão de 200 mil entrevistas sobre composição religiosa para o ano de início e final da década passada (2001-2010) com base em questionários que não foram usados em pesquisas religiosas.
Segundo Neri, a religião também é um produto de exportação brasileiro. Relata que nos últimos anos assistiu programas de TV pela madrugada em lugares tão distintos como Índia, México e Nicarágua - todos protagonizados pela Igreja Evangélica.
A razão da vinda ao Brasil do Papa Bento XVI no ano que vem, está explicada. Ele tentará outra vez conter o crescimento inexorável da população evangélica às custas do rebanho católico. O encantamento dos padres famosos já passou. É difícil comparar o esforço do Padre Marcelo Rossi diante do Apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, não bastasse o avanço incisivo das Igrejas Universal e Internacional da Graça de Deus a partir da década de 90.
O fato é que a cada década surge um grande Evangelista para continuar a sangria de católicos no país. A Teologia da Libertação foi degredada por João Paulo II e o Movimento Carismático tolerado por falta de estratégia melhor. Entretanto o modelo esgotou-se e não há nada à vista.
O que é melhor: uma nação católica ou evangélica? Embora eu seja evangélico, minha opinião é baseada na Bíblia: Cristo não fundou uma religião, mas uma Igreja viva que existe no plano espiritual. O que interessa mesmo é ser nascido de novo, da água e do Espírito e ter o nome escrito no Livro da Vida. Cristo é uma coisa e Religião, outra. Nem todo aquele que diz: "Senhor!" "Senhor!" herdará a vida eterna. Não se serve a Deus apenas com palavras e liturgias, mas em espírito e em verdade.
"Novo Mapa das Religiões"
FGV - Marcelo Neri
Tabela de: João Cruzué
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