Nem todo dia a gente acorda bem não é mesmo? Apesar de um sono tranqüilo e reparador, acordei nesta quinta feira, 5h00 com uma espécie de vazio, alma conflitante, parecia-me mesmo que os ossos estavam desconjuntados pelo peso do corpo. Levantei-me foi para o meu canto de oração e lá também fiz o devocional de hoje.
Ative-me por força do Espírito no Salmo 63. Um salmo tremendo que narra as dificuldades de Davi no Deserto de Judá. Concentrei meus esforços de reflexão nos versos de 1 a 8 e ali uma retomada de confiança começou a fumegar no meu interior.Confiança, sim confiança. Esta palavra é estupenda porque ela não fala de algo trivial, mas sim de algo especial. Confiança em Deus.
Quando confiamos em Deus nosso olhar não está fixo nas lutas, dificuldades, limitações ou tribulações da vida, antes temos a convicção que embora sejam penosas as dificuldades, Deus se revela ao que o serve como maior do que qualquer limitação. Confiar em Deus é não permitir que o medo assuma o controle do nosso coração, porque se assim procedermos desfaleceremos com preocupações que não cabe ao hoje para solucioná-las.
O caso de Davi é bem isto, estava escondido no Deserto de Judá, um lugar árido e inóspito que fica entremeio uma região montanhosa e o Mar Morto. O deserto de Judá dotado de muitas cavernas e desfiladeiros era um perfeito local para Davi se esconder de Saul. Mas, alguém que teme ao Senhor escondendo de um homem? Sim, porque não? Saul queria a todo custo matar a Davi, pois este era o Rei segundo o coração de Deus, Saul era apenas o resultado do desejo do povo. E nem pelo fato de refugiar-se significa que Davi não tinha coragem, ele tinha não só coragem como também hombridade, respeito à autoridade constituída e obediência aos princípios divinos, tanto que esteve com a espada na mão quando Saul precisou usar a caverna onde Davi estava para fazer sua necessidade pessoal, e Davi corta um pedaço do vestido de Saul.
Davi tinha nos lábios um cântico mesmo no deserto de Judá. O versículo 3 do Salmo 63 diz que Davi assim cantava “ Porque a tua benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão”. Ele poderia se ater ao que passou quando Saul mandou cercar a sua casa para matá-lo e, no entanto ele compõe o Salmo 59, e uma das mais lindas estrofes é o versículo 16 onde assim está escrito: “Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha angústia”. Que lindo, coragem, confiança e convicção do que era Deus para ele. (Leia o Salmo 59 todo: http://www.bibliaon.com/salmos_59/).
Davi poderia trazer à memória quando os moradores de Zife foram contar a Saul que Davi estaria escondido entre eles, e então agir com vingança e ódio, mas seu coração verbaliza o seu conteúdo quando expressa com os seus lábios no versículo 2 do Salmo 54: “Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca.” É muito interessante observar estas atitudes, o derramar do coração de Davi sempre expressando o fruto dos seus lábios.
Por mais inóspito que fosse o deserto de Judá, Davi ia construindo um oásis com o seu coração contrito que aflorava palavras de louvor e adoração a Deus. É por demais comovente ver a intimidade deste guerreiro com Deus, ele tinha confiança no relacionamento com o Senhor, o versículo 8 diz “ A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta”. Que maravilha de confissão. Estas palavras de Davi legitimam este salmo como um salmo de confiança.
Que homem busca a Deus e ora desde o romper do dia como diz o versículo 1? Só quem tem convicção integral, total no Deus que confia. Que poesia, que cântico confiante: “Ó Deus, tu é o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água”. Que deserto enfrenta Davi, mas a sua boca repito, traz à existência um oásis espiritual, onde ele consegue vislumbrar lembranças da glória de Deus que experimentou no santuário.
É nítida a linguagem criativa de um ambiente melhor, utilizada por Davi. Começo a entender que podemos transformar, prolongar ou alongar o deserto que experimentamos pelo poder da nossa boca. Quando estamos no deserto ele se conforma com as palavras e o tamanho da nossa boca. Quando colocamos nos nossos lábios palavras como as de Davi, logo experimentaremos um novo tempo, tempo de refrigério, ou de restauração.
Só agora depois de meditar, pensar e revisar estes oito versículos do salmo 63, eu posso confessar como Asafe no salmo 77:10 depois de voltar sua atenção para os grandes feitos de Deus “isto é enfermidade minha; e logo me lembrei dos anos da destra do Altíssimo.”Que maravilha quando caímos nesta realidade e voltamos a Palavra, aos feitos de Deus, e então vamos liberando as palavras recheadas de promessas baseados nas obras do Senhor e começamos a mudar o deserto. Davi é um modelo a ser seguido nas horas de conflito, angústia e dores interiores.
Se prendermo-nos à nossa alma, cairemos na autocomiseração, ficaremos com dó de nós mesmos, mas se voltarmos à Palavra e fizermos dela norte na conduta de pensar e agir, o deserto florescerá. Seremos saciados pelo Senhor, porque a Palavra é uma fonte inesgotável.
O deserto é onde as maiores provações acontecem na vida de um cristão, porém, muitos saem renovados e cheios do poder de Deus e outros não chegam ao fim, desistem antes de chegar se quer na metade pois os que servem a Deus superficialmente não sobrevivem!
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