Como já escrevi em outra postagem, estou residindo em outro endereço, e nem um mês faz e com isto algumas coisinhas ainda estão sendo colocadas nos seus devidos lugares. Ontem foi a vez dos documentos, papeis antigos, históricos escolares, diplomas, certificados de tudo quanto é curso que a família toda já realizou, e olha o que eu encontrei, o diploma do 4º.ano, na época, considerado o certificado de conclusão do curso primario, datada de 14 de dezembro de 1962, data em que tive que ir à Itapira para a formatura, já que tinha me mudado para cá em 08 de dezembro. Como fechei todas as matérias no ultimo bimestre, já estava de férias desde o primeiro dia de dezembro.
O diploma, como a gente chamava, está meio massacrado de tanto que já andou, primeiro emprego, outros estabelecimentos que exigiam a apresentação, até para o curso de admissão ao ginásio, já que naquela época não existia xerox, mas como se percebe pela foto tem algo patenteado no certificado que foi feito para durar muito tempo: o nome do diretor da Escola e o nome do formando, no caso, eu, José Armando Vanelli.
Mas porque estes dois nomes, a data do nascimento e a data do diploma estão tão legíveis? Por que foram escritos com material adequado, neste caso, com tinta nanquim. A tinta nanquim tem propriedades de grande fixação. Ela era na época do diploma obtida a partir da tinta preta liberada pelos moluscos marinhos da família dos octópodes (polvo e lula), hoje é fabricada a partir de uma mistura de cânfora, gelatina em pó escuro conhecido como pó-de-sapato. Tanto faz, em 1962 ou em 2011, a nanquim era e é material adequado, logo em um certificado, diploma, brasão, ou outro local de impressão, o resultado é para longa duração.
Tudo isto escrevi para falar acerca do Salmo 45. E porque por que o salmo 45 fala de algo que não pode ser teórico, antes prático e envolvente. Já ao iniciar o salmo, os autores falam de algo que revela a convicção de um cântico ao Senhor: “ o meu coração transborda de boas palavras”. Lembro me certa vez que visitava uma senhora de idade e ela pôs água no fogo para fazer um café, e de repente eu comecei a ouvir uma espécie de chiado forte, um apito estridente e perguntei o que isto minha irmã? E ela me respondeu toda feliz, a minha chaleira assovia quando a água está fervendo.
Tenho pensado seriamente sobre todo este tempo que tenho pregado a palavra de Deus, que um ministro de Deus não pode se apresentar friamente diante de um publico para trazer a mensagem de Deus, antes tem assumir o púlpito com um coração fervente, pois o que vem de Deus é animador e estimulante.
Como é chamativo o versículo 1: “ ao rei consagro o que compus”. Isto mexe com meu íntimo porque fala diretamente do chamado que temos, todos nós fomos chamados a ter uma vida que harmonize se como uma composição ao Rei, com a inspiração do Espírito Santo.
Se nos prendermos às nossas próprias palavras e ações não encontraremos dignidade para descrever nada sobre o Rei, mas se permitirmos a ajuda do Espírito Santo, a palavra, o testemunho, o anuncio do evangelho será borbulhante e fervente.
Fico pensando na realeza do momento em que os filhos de Coré conceberam este salmo, é provável que ao compor esse cântico destinavam o a uma cerimônia nupcial, porém enfatizam o Rei nos versículos 1 a 9, e o que mais impressiona é eles mantém em todos os 17 versículos a forma didática, isto é, um salmo reflexivo com aplicações pedagógicas, o que me deixa a vontade para afirmar que tudo na na Bíblia está vinculado ao ensino e prática dos princípios divinos.
Agora se não bastasse a aplicação de fazer certo o que pretendiam, os autores usam de uma expressão tremenda “ a minha língua é como a pena de habilidoso escritor”.
Na escola que me formei em 1962, a carteira tinha um buraco e um tinteiro e usava-se uma caneta com pena removível, e tudo o que era escrito era com aquela tinta e caneta. As vezes a tinta vinha misturada, sobrava restos nos vidros de tinta no almoxarifado e o servente misturava tudo e enchia os vidros. Eu chamava a professora e reclamava porque as letras ficavam desiguais na cor. Quando eu chegava de manhã na sala de aula a primeira coisa que eu fazia era ver se o tinteiro tinha tinta suficiente e de uma só cor para as atividades até ao meio dia.
Lembra do titulo da mensagem? Então material adequado, melhor resultado. Por isso pego esta linha de pensamento, será que estamos usando a tinta pura, Deus não quer nada colorido, Ele quer algo definido. Será que o material, quer dizer, a tinta que estamos usando nos dá a condição de sermos como o destro escritor. Ou estamos usando tinta misturada.
Eu participei de um retiro em 2000, e nos intervalos das ministrações ao invés de bola, divertimento, piscina e outros, o tempo que tínhamos era para escrever um salmo ao Senhor. Que coisas tremendas saíram das minhas mãos e companheiros. Porque conseguimos este feito? Por que estávamos usando o material adequado. Usando a tinta pura.
E quando é que a tinta é pura? É quando a nossa vida está cheia da Palavra de Deus então, cheios, transbordantes da Palavra, então a nossa língua vai manifestar palavras de consagração ao Rei.
Toda a leitura da Palavra visa que debaixo da inspiração do Espírito Santo, venhamos a nos encher do material adequado, da tinta pura, para sermos instrumentos da impressão dos projetos divinos àqueles que nos cercam.
Murmuração, reclamação, lamúria, desconfiança, suspeita e até a falta de compreensão aos limites que nos cercam, são sinais visíveis da utilização de material inadequado, ou misto, quer dizer, recebe a Palavra de Deus de bom grado, mas não rejeita as coisas do mundo. De repente as novas cores ditadas pelo sistema, se mesclam à tinta pura da Palavra de Deus. Não podemos aceitar.
Estes dias atrás no Facebook, mais necessariamente ontem, no perfil dos meus amigos Márcia e Lisiane Butilheiro havia um tipo de enquete sobre o BBB com um tarja em vermelho NÃO VOU ASSISTIR. É lógico que eu curti isto e ainda comentei: “ já está difícil de pagar a taxa absurda de água, não vou querer a rede esgoto na minha sala”, nunca assisti este lixo chamado BBB, nem vou assistir agora. Crente que lê Bíblia e que assiste BBB está misturando tinta de péssima qualidade numa tinta especial .
Os filhos de Coré estavam tão cheios da boa tinta da Palavra que eles tiveram a liberdade para escrever um poema que enobrece aos que são alcançando, repito, o ínicio, a mostra do que vai ser o salmo é traduzido pelo versículo 1 “de boas palavras transborda o meu coração”. É isto, Deus não busca nada de vulgar para alcançar vidas, Ele espera e quer “palavras boas, que se emergem da tinta pura da Palavra de Deus.”
Comumente lemos um texto, apreciamos, mas retemos só por um período, e não buscamos novas porções que nos animee e impulsione a ser um transmissor da verdade. É preciso estar encharcados desta tinta maravilhosa da Palavra que sempre descreve uma nova perspectiva de vida. Quando estamos cheios do material adequado, o melhor resultado será o fazer coro com o que o sábio escreveu em Provérbios 23: 18 “porque deverás haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança”.
Uma vez ganhei uma caneta Parker, tinteiro, muito boa mesmo, e eu desrosqueava a parte de cima toda vez que a tinta estava acabando e havia uma recomendação no manual da caneta, que para um melhor aproveitamento da pena, deveria ser apertado fortemente a parte interior dotada de uma bisnaguinha de látex apoiada por um dupla haste metálica, até que saísse toda tinta velha, evitando assim vazamentos ou borrões.
Parece linguagem figurada, mas não é, eu penso que muitas vezes a nossa mente está tão cheia de argumentos e resiste a este pressionamento mais forte que gerará uma limpeza adequada tirando as misturas coloridas que querem homogenizar com a tinta da Palavra.
Tirar as tintas erradas gera dores, porque as tintas erradas falam da alma, da nossa vontade, mas a tinta certa fala do Espírito.
Deus e a sua Palavra não podem ocupar um mesmo espaço onde tem coisas contrárias à santidade. E é nesta hora que temos que tomar a atitude ousada do salmista:”Ao rei consagro o que compus”. Isto fala de uma ação de fé. Justamente, fé. E fé deve ser o nosso agir diário. Então quando começamos a agir em fé, um alvoroço vai romper em nosso interior, com uma vantagem, não na alma, mas no espírito.
Quem age na alma não tem fé. E quando enchemos a nossa alma estamos usando tinta errada. Eu sempre vejo nas casas do ramo anuncio de um material que a primeira vista parece serde qualidade, mas depois que você compra fica difícil. Numa casa que vende material de primeira qualidade, uma galão de 18 litros de tinta custa mais de 200,00 reais, aí na próxima loja em promoção, tinta para interior e exterior 18 litros, 39,90 reais. A diferença você percebe só na 5ª.demão, que ainda não cobriu a tinta velha.
Temos que estar cheios da tinta certa, do material adequado, para que a nossa vida seja uma composição consagrada ao Rei. A nossa língua como pena do habilidoso escritor. Se consagramos podemos escrever uma nova história, sair do marasmo, da mesmice, da mesma liturgia de sempre, mas para isto precisamos usar o material adeaquado.
Eu soube que houve um seminário do Fogo e Glória no SESC de Belo Horizonte, e lá estava o pastor Antonio Cirillo com aquele louvor que despovoa o céu e enche a terra de anjos, arcanjos, querubins e serafins e algo fenomenal aconteceu lá. O fogo caiu, as pessoas foram tão cheias do fogo que não podiam parar em pé. Era gente soluçando de um lado, outros por outro, ninguém conseguia ficar em pé. Era o fogo.
Depois de muito tempo de fogo, pastor Antonio Cirillo foi reconduzindo a situação e de repente ele faz uma pergunta: Quantos aqui depois deste fogo querem aceitar a Jesus Cristo? Ninguém levantou a mão. Só havia crentes. Então ele arrematou. Vocês passaram o que passaram, para vocês foi bom,mas para Deus não valeu nada porque as bocas de vocês não anunciaram o evangelho. Aqui no SESC tem muita gente para muitas outras atividades, então vocês sairão agora e vão anunciar o evangelho e cada um vai trazer uma pessoa aqui para se render aos pés de Jesus.
Todos saíram e ele ficou lá com o violão, passado algum tempo começou a chegar gente acompanhada dos que foram anunciar e muitos, muitos mesmo se renderam em lágrimas aos pés do Senhor. Agora era a Glória.
Se queremos obter um melhor resultado, precisamos usar o material adequado. Tudo que fizermos tem que deixar a marca, a impressão de que a tinta que usamos era a tinta verdadeira: a Palavra de Deus.
De boas palavras transborde o seu coração, ao Rei consagre o que compôs e a sua língua seja como a pena de um habilidoso escritor.
2 comentários:
"Uma tinta obtida atraves da tinta preta liberada pelos moluscos marinhos da família dos octópodes"
Vanelli é cultura =D.
Estou me esvaziando, para que a 'Tinta certa' encha em meu coração!
Grande abraço Patô.
Que Deus continue te abençoando cada dia +
Bom dia PhZ: para mim eh um presente de Deus levantar as 5h00 e encontrar um comentario tao especial. Isto me anima, mesmo na hora da angustia, a crer q nao estou so, e q me estimula a continuar escrevendo.
Qto a tinta certa q vc esta em processo de transfusao, eh o melhor q vc faz, e me admira a sua expressao "estou me esvaziando" pq isto fala da sua humildade e disposicao de ser cheio do q eh d Deus, pq ainda q ser cheio das coisas d Deus seja um processo metafisico, na fisica dois corpos nao podem ocupar o mesmo espaco.
Vc renova a minha esperanca d ver "os mancebos do Rei" restaurados nesta geracao.
Abraco filho, amo vc.
Postar um comentário